terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Música. Silêncio

Toca baixa a música
Fio inabalável e oscilante
Ouvidos atentos, precisos
Memórias flutuando
O fio se contorce, ligeiro

Ouça
Escute bem
Deixe-se atravessar pelo fio
Que se enrola como novelo
Pescando lembranças
A música dança sobre o fio
Se equilibra, não cai
Deixe-a guiá-lo
Pelo fio adiante
Siga até o fim
O fio se estica
A música continua, baixinha
É o silêncio que chega
Deita-se no fio
Se abraçam


O fim

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Um mundo estranho


Ela via tudo de longe, assustada. Era tão pequena e nunca teria imaginado um mundo tão grande... E, de fato, tão estranho. Tivera que se separar de sua família, agora viajava sozinha. O vôo passava por um mar enorme, com um odor forte, parecendo café-com-leite. Ela já tinha sentido aquele cheiro antes. De longe via grãos brancos. “O Pão de Açúcar!”, imaginou, radiante. Ela afinal era do Rio de Janeiro e nunca conhecera o tal pão, só ouvira falar. Perto dele, um amontoado de formas e cores que lembravam frutas, na paisagem longínqua. Um quadro, talvez. Mas era tudo real. Continuou observando o cenário, porém, estava com fome. Tudo aquilo parecia um monte de comidinhas, será que eram de verdade? Queria chegar logo a seu destino, voar cansava muito.

- Plaft! – ouviu-se uma batida forte em cima da mesa. O garotinho Pedro, de sete anos, acabara de esmagar o inseto repugnante. Queria tomar seu café-da-manhã tranqüilo. Ele olhou sua mão e lá estava a mosca quase morta, o sangue escuro e as perninhas ainda mexendo, agonizando. “Tão minúsculo. Ah, esse bicho deve imaginar é coisa”, pensou.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Agora (acho que) me convenci

Bem... depois de muito pensar, acho uma boa idéia resgatar esse espaço que eu nem lembrava ter começado ! Quem sabe dessa vez me conveço a encarnar esse papel de blogueiro.
Pra começar então, eu queria entender o porquê de escrever aqui. Pois é, talvez seja mais prático... Confesso a minha imensa dificuldade em seguir adiante o que comecei a escrever. Já tentei de tudo, contos, poemas, mas nada foi adiante. O problema talvez seja encarar o que encaro no curso de Psicologia: pensar muitas coisas ao mesmo tempo... Na hora de colocar no papel, tudo parece um caos.
Escrever (e aqui me refiro mais especificamente a digitar) é engraçado, parece tão automático, um simples bater de teclas.

Vou deixar as idéias chegarem, por enquanto só tô "desnferrujando" a escrita
See you..